quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

MQ 2014 - DESCRIÇÃO PERCURSO

O percurso do Mountain Quest foi desenhado recorrendo ao meu conhecimento das serras envolventes à cidade de Amarante. A ideia será fazer as piores (mais inclinadas e longas) subidas de cada uma delas, mas que servem também de ligação entre as serras. Provavelmente vão fazer subidas que jamais imaginavam fazer quer em extensão, quer em dureza. Cada trilho que as vossas rodas irão percorrer, tem uma justificação, tem um objectivo, que não apenas a dureza. Apreciem ao máximo o percurso, olhem à vossa volta, sintam o silencio, a calma, a paz que será pedalar nos trilhos Mountain Quest.

"Sente-se um calafrio. A vista alarga-se de ânsia e de assombro. Que penedo falou? Que terror respeitoso se apodera de nós? Mas de nada vale interrogar o grande oceano megalítico, porque o nume invisível ordena:
- Entre!

A gente entra, e já está no Reino Maravilhoso."


Miguel Torga

Serra da Aboboreira 
A saída de Amarante é praticamente a subir, não dá grande tempo para aquecer as pernas, por isso comecem com calma e tenham paciência que a subida termina. A pensar na vossa segurança e porque vamos sair ainda de noite, o percurso será por estrada e vamo-nos manter em estrada e\ou estradão até ao topo da Serra da Aboboreira. A ascensão da Serra é feita inicialmente em estrada municipal, entrando depois em estradão até à Aldeia Velha. É uma subida íngreme e longa, giram bem o vosso esforço!

A descida da serra é em singletrack bastante técnico, que exige muita atenção, tenham cuidado porque o dia está ainda a começar. Se tiverem sorte, vão conseguir ver o nascer do sol no alto da Serra, é um momento mágico! Antes de mudarem de Serra, trepam até ao parque eólico de Loivos do Monte. Pelo caminho vão passar nuns campos que tem umas vedações\portões que tem de estar sempre fechadas por causa do gado não fugir. Não se esqueçam de as fecharem.
A passagem da Serra da Aboboreira para a Serra do Marão acontece ao Km 28,5, depois de uma descida bastante rápida que vos leva ao Alto de Quintela. Vocês tem de atravessar a Nacional 101, uma estrada bastante movimentada que EXIGE que parem e olhem para ambos os lados antes de atravessar. Este ponto está sinalizado no track como muito perigoso!


Serra do Marão
A Serra do Marão é onde está a parte mais dura do Mountain Quest, mas a mais impressionante em termos de paisagem. O percurso segue para a Aldeia de Mafómedes, uma aldeia ''perdida'' no sopé da Serra do Marão onde se vive com calma, onde os animais (vacas, ovelhas, cabras, cães) convivem com as pessoas muito proximamente. Daí inicia-se uma longa e inclinada subida em direcção ao parque eólico da Teixeira a 1330m de elevação. Este ponto é ao km 40.5. Daqui podem contemplar o Alto Douro Vinhateiro, o Rio Douro, Vila Real...um horizonte sem fim que apaixona e impressiona. Contemplem! Segue-se uma vertiginosa e longa descida com piso onde abunda a pedra até ao lugar de Alderete.

Quando tiverem tempo e concentração, olhem para o maciço rochoso ao vosso lado direito, aquilo é o que caracteriza o Marão! Depois de um trilho no sopé da Serra, chegam à Aldeia de Ferraria onde vão encontrar o primeiro café e conhecerem a Dona Laurinda que está avisada da vossa passagem. Aqui podem e devem parar para descansar um pouco, abastecer e conversar com as pessoas e crianças que lá irão estar. Este café está ao km49. Um pouco antes do café (100m) também encontram uma fonte onde corre água abundantemente.




Depois deste café, apenas irão encontrar outro café ao km 89 (para quem faz o percurso completo), por isso façam uma boa gestão dos ''recursos''. Nesta aldeia começa a 3ª grande subida do dia, a subida para as Antenas do Marão\ Sra. da Serra que será o ponto mais alto de todo o percurso.  Depois de atravessar toda a aldeia de Ferraria, vão em direcção à aldeia de Ermida e depois ficam entregues à Serra. Será uma longa e penosa subida que irá exigir muito esforço e tempo mas que quando terminar, vocês vão regozijar-se pelo feito que acabaram de fazer! 

Descem um trilho bastante técnico à saída das antenas e entram numa estrada ''meia'' alcatroada que vos leva até ao Alto de Espinho. Na descida podem atingir velocidades muito altas, acima do 60km\h, sejam prudentes pois pode aparecer um carro em sentido contrario. Depois de passar a ponte sobre o IP4 o trilho separa-se, quem vai fazer o primeiro nível, segue para a Amarante por um estradão tendencialmente a descer, os restantes enfrentam uma subida em pedra solta, inclinada e técnica. Não queimem muita energia aqui a tentar subir apesar de já ter conseguido subir uma ou outra vez, é de facto muito complicada tecnicamente. O parque eólico de Pena Suar é onde se ''despedem'' do Marão e seguem em direcção à Serra do Alvão.
Aqui acontece a separação para quem vai fazer o segundo ou terceiro nível. Seja qual for a vossa decisão, parem na mítica Cabana do Alvão, está cerca de 500m fora do percurso(sinalizada no GPS), mas vale a pena. 



Serra do Alvão

A passagem pelo Alto de Velão na N304 ao km 76, local onde a DBR 2011 passou, é onde marca a vossa entrada na Serra do Alvão. A N304 é uma estrada pouco movimentada, mas tenham atenção pois pode aparecer um carro e a visibilidade e escassa. Segue-se um longo estradão onde podem apreciar o Vale da Campeã assim como a subida que fizeram no Marão, olhem e apreciam aquilo que vocês foram capazes de fazer! O piso ajuda a progressão apesar das pernas provavelmente já começarem a queixar-se... Não forcem, guardem as vossas energias que ainda falta muito...pensem que nem a meio estão! Quando começam a descer o piso muda, mais uma vez volta a pedra, mas é durante pouco tempo até chegar à Barragem de Lamas de D'Olo.

Depois deste ponto não existe mais café nenhum até bem próximo de Amarante. A Dona Virgínia, dona da Cabana, tem um feitio algo ''áspero'', mas tenham paciência que é boa pessoa. Ela já está de prevenção! Aqui podem encontrar bastante comida e uma lareira caso tenham frio. Depois segue-se uma longa travessia pela Serra do Alvão num local onde estão literalmente a ''plantar'' eólicas...é o custo do desenvolvimento...mas eu já ali pedalei sem aquelas gigantes torres. Aliás, ali e em todo o percurso do Mountain Quest.



Há alguns anos atrás todas as serras estavam completamente naturais e tinham outra beleza. O percurso não é plano, sobe e desce constante, rompe pernas mas as vistas superam tudo. Conseguem ver Vila Real, Vila Pouca de Aguiar e ao fundo fundo, Chaves...

O caminho direccionar-se para a Sra. da Graça por caminhos florestais com bosques incríveis. Ao km 122 podem optar subir(Ver informação abaixo). Depois uma descida vertiginosa pelo Monte Farinha até à povoação de Caínha, segue-se a descida até a pequena ponte sobre o Rio Cabril. Espero que ainda tenham energias neste ponto, pois está reservada uma subida em corta-fogo que vos levará até Paradança.

Daí até à aldeia de Fridão fazem um estradão florestal com ligeira pendente a subir. Um pouco antes da aldeia entram numa estrada municipal e logo de seguida inicia-se uma rápida descida pela aldeia. Aqui exige-se o máximo de cuidado pois circulam carros em sentido contrário e vocês atingem velocidades elevadíssimas. Os últimos kms são a ''rolar'' até Amarante e aproveitem para pensar no dia que tiveram e agradeçam por estarem vivos!





Sra da Graça
Vocês vão encontrar no track um ponto onde o caminho vai e volta ao mesmo ponto. Será mais ou menos ao km 122. A subida ao Alto do Monte Farinha é OBRIGATÓRIA. O track leva-vos até à Capela e a dar uma volta eu seu redor. É uma subida tem cerca de 2,5Km e quando lá chegarem conseguem contemplar uma grande parte do percurso que fizeram. Conseguem visualizar os 3 cumes de cada uma das Serras (Alto das Meninas - Serra da Aboboreira, Sra da Serra - Serra do Marão, Alto Caravelas - Serra do Alvão). Depois regressam pelo mesmo percurso, fazem uma boa parte da estrada de acesso à Capela da Sra. da Graça a descer. Atinge-se velocidades consideráveis nesta descida. Podem haver carros a circulas, pelo que o cuidado tem de ser redobrado.




Animais
Vocês vão encontrar muitos animais pelo percurso, não se assustem nem os assustem. Abrandem o ritmo e lentamente passem por eles. São animais dóceis e que não fazem mal. Respeitem porque vocês estão de passagem e eles vivem lá!

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